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2012 - Livro Vermelho 2013

Eryngium ramboanum Mathias & Constance CR

Informações da avaliação de risco de extinção


Data: 01-06-2012

Criterio: B2ab(iii,v)

Avaliador: Pablo Viany Prieto

Revisor: Tainan Messina

Analista(s) de Dados: CNCFlora

Analista(s) SIG:

Especialista(s):


Justificativa

Eryngium ramboanum é uma espécie de Campos Úmidos, coletada em apenas uma localidade há mais de 65 anos. Tem uma AOO de 4 km² e está sujeita a uma única situação de ameaça, que implica em declínio contínuo na extensão e qualidade do seu habitat, devido à incidência de queimadas e à expansão de atividades agropecuárias. Suspeita-se que a perda e degradação de seu habitat campestre estejam acarretando um declínio no número de indivíduos maduros da população. Como não foi coletada desde meados da década de 40, é possível suspeitar que esteja extinta.

Taxonomia atual

Atenção: as informações de taxonomia atuais podem ser diferentes das da data da avaliação.

Nome válido: Eryngium ramboanum Mathias & Constance;

Família: Apiaceae

Mapa de ocorrência

- Ver metodologia

Informações sobre a espécie


Notas Taxonômicas

​Descrita em Bull. Torrey Bot. Club 81: 215, fig. 1. 1954.

Distribuição

Endêmica dos Aparados da Serra, município de Bom Jesus, no Estado do Rio Grande do Sul (Mathias; Constance, 1954), a aproximadamente 1000 m de altura (Mathias et al., 1972).

Ecologia

Erva perene; encontrada fértil em fevereiro (Mathias; Constance, 1954)

Ameaças

1.1.6 Marine aquaculture
Incidência local
Severidade very high
Detalhes A utilização de áreas para aqüicultura, com peixes/crustáceos exóticos, coloca em risco a rica diversidade biológica nativa regional (Margareth et al., 2005).

1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Severidade high
Detalhes No Estado do Rio Grande do Sul, odesmatamento dos bosques naturais, especialmente da Floresta Estacional e daMata dos Pinheiros, é uma das conseqüências do modelo de desenvolvimento quesempre buscou novas fronteiras agrícolas e novas áreas para cultivo, promovendoo plantio até a borda dos cursos d'água, com perda de vegetação ciliar, eimplicando no uso de adubos químicos de alta solubilidade e na aplicação deherbicidas e pesticidas. A conseqüência imediata da retirada da coberturavegetal foi a maior fragmentação dos ecossistemas e o aumento do processoerosivo. A longo prazo, tal situação levou a sérios problemas associados, comoperda da capacidade produtiva das terras, redução nas colheitas, degradaçãofísica, química e biológica dos solos, aumento no custo de produção,assoreamento dos rios e reservatórios, redução na qualidade e disponibilidadeda água, aumento no custo de tratamento e danos à vida aquática. O domínio daMata Atlântica ocupava, originalmente, cerca de 13 milhões de hectares (50% dasuperfície do Estado), tendo atualmente remanescentes de mata e restinga queatingem apenas 600.000 hectares, aproximadamente, 5% da cobertura original.Outra conseqüência direta do desmatamento abusivo tem sido o desaparecimentogradativo de espécies vegetais de valor econômico e ecológico, das quais sedestacam o pinheiro brasileiro, (Araucaria angustifolia), as canelas (Nectandraspp.), os angicos (Parapiptadenia rigida), os cedros (Cedrelafissilis), as grápias (Apuleia leiocarpa), as imbuias (Ocoteaporosa), etc. O ecossistema campos, em área limítrofe com a Argentina e como Uruguai, vem sofrendo forte descaracterização em função da utilizaçãointensiva para atividades agropecuárias e com o incremento do uso de espéciesvegetais exóticas para melhorar as pastagens naturais. Este processo destróias características naturais do ecossistema campo, colocando-as em risco decompleta eliminação, apesar de sua importância ecológica. Cabe ressaltar anecessidade de serem adotadas soluções conjuntas, pois alguns desses locaisformam corredores ecológicos. Nas áreas de restinga, junto ao Litoral doEstado do RS, há situações bastante distintas em função de influênciasantrópicas e relativamente ao seu estado de conservação, no que se refere aosaspectos da biodiversidade. O Litoral-Norte, que tem estreita relação com osremanescentes da Mata Atlântica, teve forte perda de suas característicasnaturais, motivadas por urbanização, além de outros fatores antrópicos de menorintensidade. No Litoral Médio e no Litoral Sul, há uma ocupação principalmentecom agricultura extensiva e cultivos de florestamentos com espécies exóticas(principalmente Pinus spp.), embora nesses locais situem-se os doisprincipais redutos de importância global do Estado: Parque Nacional da Lagoa doPeixe (sítio Ramsar, situado no Litoral Médio) e Estação Ecológica do Taim (noLitoral Sul). A Estação faz parte da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica e doSistema Lagunar da Lagoa Mirim, na fronteira com a República do Uruguai,situada junto à Reserva da Biosfera de Bañados del Este. Nas duas áreas,além da introdução de espécies exóticas, ocorre intensivo uso das áreas deentorno para cultivo de arroz irrigado. Aqui se salienta uma ameaça que vem se incrementandomais recentemente: a utilização de áreas para aqüicultura, compeixes/crustáceos exóticos, colocando-se em risco a rica diversidade biológicanativa regional (e, nesse caso, internacional) (Margareth et al., 2005).

1.1 Agriculture
Severidade very high
Detalhes Mata dos Pinheiros, é uma das conseqüências do modelo de desenvolvimento que sempre buscou novas fronteiras agrícolas e novas áreas para cultivo, promovendo o plantio até a borda dos cursos d'água, com perda de vegetação ciliar, e implicando no uso de adubos químicos de alta solubilidade e na aplicação de herbicidas e pesticidas. A conseqüência imediata da retirada da cobertura vegetal foi a maior fragmentação dos ecossistemas e o aumento do processo erosivo. A longo prazo, tal situação levou a sérios problemas associados, como perda da capacidade produtiva das terras, redução nas colheitas, degradação física, química e biológica dos solos, aumento no custo de produção, assoreamento dos rios e reservatórios, redução na qualidade e disponibilidade da água, aumento no custo de tratamento e danos à vida aquática (Margareth et al., 2005).

Ações de conservação

1.2.1.3 Sub-national level
Situação: on going
Observações: Presente na Lista de espécies da flora ameaçada de extinção do Rio Grande do Sul na categoria "Criticamente em perigo" (CR) (CONSEMA-RS, 2002).

Referências

- M. E. MATHIAS; L. CONSTANCE; D. ARAUJO. Umbelliferae. 1972. 110-111 p.

- M. E. MATHIAS; L. CONSTANCE. A New Species of Eryngium (Umbelliferae) from Southern Brazil., Bulletin of the Torrey Botanical Club, v.81, p.215-217, 1954.

- MARGARETH,V; COLLE, C.; CHOMENKO, L. ET AL. Projeto Conservação da Biodiversidade como fator de contribuição ao desenvolvimento do Estado do Rio Grande do Sul - Diagnóstico das Áreas Prioritárias., 2005.

- CONSELHO ESTADUAL DO MEIO AMBIENTE, RIO GRANDE DO SUL. Decreto estadual CONSEMA n. 42.099 de 31 de dezembro de 2002. Declara as espécies da flora nativa ameaçadas de extinção no estado do Rio Grande do Sul e da outras providências, Palácio Piratini, Porto Alegre, Rio Grande do Sul, 31 dez. 2002, 2002.

Como citar

CNCFlora. Eryngium ramboanum in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora. Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Eryngium ramboanum>. Acesso em .


Última edição por CNCFlora em 01/06/2012 - 21:16:57